PMEs registram queda em dezembro após dois anos de alta

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) apontou uma retração de 0,9% na movimentação financeira média das pequenas e médias empresas brasileiras em dezembro de 2024, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior. Apesar dessa queda mensal, o quarto trimestre de 2024 encerrou com crescimento de 3,3%, embora inferior à alta de 5,5% registrada no terceiro trimestre do mesmo ano. A queda no índice de dezembro, somada ao fraco desempenho de novembro (+1,8% YoY), reflete a desaceleração do mercado de PMEs no Brasil, especialmente nos setores de Indústria e Serviços. Essa perda de ritmo ocorre em um contexto de maior incerteza macroeconômica, intensificada após o anúncio do plano de revisão de gastos do governo em novembro de 2024. O economista Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, destacou que, embora o primeiro trimestre de 2025 apresente perspectivas de expansão, o cenário de insegurança econômica persiste, comprometendo a confiança no mercado. Desempenho setorial As PMEs do setor de Comércio se destacaram positivamente, com crescimento de 7,1% em dezembro, impulsionado pelas vendas da Black Friday e das festas de fim de ano. No varejo, segmentos como “artigos de colchoaria”, “artigos de viagem” e “brinquedos e artigos recreativos” registraram bons resultados. Em Infraestrutura, o faturamento das PMEs aumentou 3,1% no mesmo período, sustentado por avanços em “coleta, tratamento e disposição de resíduos” e “eletricidade”. Entretanto, o segmento de “construção” manteve sua tendência de queda. Por outro lado, os setores de Indústria e Serviços apresentaram retração em dezembro. Na Indústria, o índice registrou queda de 5,4%, com apenas seis dos 23 subsegmentos monitorados em crescimento, entre eles “produtos têxteis”, “equipamentos de transporte” e “fabricação de produtos de minerais não metálicos”. No setor de Serviços, a redução foi de 1,9%, embora áreas como “atividades financeiras”, “atividades jurídicas” e “atenção à saúde humana” tenham mantido crescimento. Perspectivas para 2025 Apesar dos desafios macroeconômicos, Beraldi acredita que o mercado de PMEs continuará crescendo, ainda que de forma mais moderada e alinhada à economia geral. A expectativa é de que a expansão se concentre nos setores de Serviços e Comércio, que dependem mais da renda e do consumo das famílias. No entanto, a continuidade da alta na Selic pode restringir o desempenho de segmentos mais dependentes de crédito, como Indústria e Infraestrutura. Sobre o IODE-PMEs O IODE-PMEs, desenvolvido pela Omie, acompanha as atividades econômicas de pequenas e médias empresas brasileiras com faturamento anual de até R$50 milhões. O índice é baseado em dados anonimizados de movimentações financeiras de mais de 170 mil clientes, cobrindo 701 CNAEs, e utiliza ajustes pelo IGP-M para eliminar efeitos inflacionários, proporcionando uma análise em termos reais do desempenho do setor.   5

Abertura de pequenos negócios em novembro cresce 13% em relação ao mesmo mês de 2023

Abertura de pequenos negócios em novembro cresce 13% em relação ao ano passado, alcançando 334 mil empresas O bom desempenho da economia brasileira segue incentivando o empreendedorismo no país, com mais pessoas abrindo novas empresas ou formalizando negócios em operação. De acordo com dados divulgados pelo Sebrae, em novembro de 2024, foram criadas 334,5 mil empresas, um aumento de 13% em comparação ao mesmo mês de 2023, quando o número foi de 296,9 mil. Desse total, 96% correspondem a microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas. Os números de novembro são representativos de um ciclo de crescimento, refletindo a confiança dos empreendedores no cenário econômico brasileiro. O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou que o aumento nas aberturas de negócios mostra que a economia continua em expansão, com resultados sólidos, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a evolução da empregabilidade e o aquecimento da indústria de transformação. “No acumulado de 2024, já foram criados 3,9 milhões de pequenos negócios, dos quais 76% são MEIs. Esses números demonstram que a confiança no país segue em alta, e novas empresas geram mais empregos, impulsionando a economia”, afirmou Lima. Em relação às cidades que mais se destacaram na abertura de novos negócios, São Paulo liderou com 33.474 novas empresas, seguida pelo Rio de Janeiro com 11.202 empresas e Brasília com 6.273. No setor, os Serviços foram os mais representados, com 62% do total (cerca de 200 mil empresas), seguidos pelo Comércio, com 23% (73 mil empresas), e pela Indústria, com 7% (24 mil empresas). Os serviços de Atenção Ambulatorial foram os mais procurados entre microempresas e pequenas empresas, enquanto as Atividades de Malote e Entrega se destacaram entre os MEIs, com 8% de participação. Números da Pesquisa: Novembro de 2023: Total de novas empresas: 296.874 Pequenos negócios: 284.298 Novembro de 2024: Total de novas empresas: 334.515 Pequenos negócios: 321.095 Acumulado em 2024: Total de novas empresas: 4 milhões Pequenos negócios: 3,9 milhões Participação dos pequenos negócios por porte: MEI: 75,7% Microempresa (ME): 19,7% Empresa de Pequeno Porte (EPP): 4,5% Participação por setores: Serviços: 62,3% (200.123 empresas) Comércio: 22,6% (72.621 empresas) Indústria: 7,4% (23.631 empresas)