Receita Federal aceita sugestão do CFC para criar período de monitoramento das inconsistências no e-CAC

Na tarde da última quinta-feira (12), representantes do Sistema CFC/CRCs se reuniram com dirigentes da Receita Federal do Brasil (RFB) para discutir as inconsistências observadas no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC), plataforma essencial para acompanhamento e consulta a diversos serviços fiscais relacionados a pessoas físicas e jurídicas, e que é crucial para a atuação dos profissionais contábeis. Estiveram presentes na reunião a conselheira do CFC e coordenadora do Grupo de Estudos sobre a Reforma Tributária da autarquia, Angela Dantas; o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS) e membro do Grupo de Estudos, Márcio Schuch; e a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG), Suely Maria Marques de Oliveira. Representando a Receita Federal, participaram o subsecretário de Arrecadação, Cadastros e Atendimento, Mario Dehon; o subsecretário de Gestão Corporativa, Juliano Brito da Justa Neves; e o coordenador-geral de Atendimento, José Carlos Nogueira Júnior. Durante o encontro, os representantes do CFC relataram diversas queixas feitas pelos profissionais da Contabilidade de todo o Brasil sobre o e-CAC, como falhas no sistema, instabilidades que prejudicam a entrega de serviços e inconsistências em plataformas como DTCWeb e PGDAS. Como proposta, o CFC sugeriu, por meio de seu presidente, Márcio Schuch, a criação de um período de monitoramento conjunto – entre a Receita Federal e o Sistema CFC/CRCs – para identificar e mapear as inconsistências no sistema e-CAC, com o objetivo de gerar um relatório preciso e confiável sobre a situação atual dos serviços. O subsecretário Mario Dehon considerou a sugestão “muito positiva” e imediatamente aceitou a proposta. O período de monitoramento ainda será definido pelas duas entidades, mas deverá variar entre 30 e 40 dias. A operacionalização e outros detalhes dessa ação serão discutidos em futuras reuniões entre a Receita e o CFC, que serão agendadas nos próximos meses.  

Abertura de pequenos negócios em novembro cresce 13% em relação ao mesmo mês de 2023

Abertura de pequenos negócios em novembro cresce 13% em relação ao ano passado, alcançando 334 mil empresas O bom desempenho da economia brasileira segue incentivando o empreendedorismo no país, com mais pessoas abrindo novas empresas ou formalizando negócios em operação. De acordo com dados divulgados pelo Sebrae, em novembro de 2024, foram criadas 334,5 mil empresas, um aumento de 13% em comparação ao mesmo mês de 2023, quando o número foi de 296,9 mil. Desse total, 96% correspondem a microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas. Os números de novembro são representativos de um ciclo de crescimento, refletindo a confiança dos empreendedores no cenário econômico brasileiro. O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou que o aumento nas aberturas de negócios mostra que a economia continua em expansão, com resultados sólidos, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a evolução da empregabilidade e o aquecimento da indústria de transformação. “No acumulado de 2024, já foram criados 3,9 milhões de pequenos negócios, dos quais 76% são MEIs. Esses números demonstram que a confiança no país segue em alta, e novas empresas geram mais empregos, impulsionando a economia”, afirmou Lima. Em relação às cidades que mais se destacaram na abertura de novos negócios, São Paulo liderou com 33.474 novas empresas, seguida pelo Rio de Janeiro com 11.202 empresas e Brasília com 6.273. No setor, os Serviços foram os mais representados, com 62% do total (cerca de 200 mil empresas), seguidos pelo Comércio, com 23% (73 mil empresas), e pela Indústria, com 7% (24 mil empresas). Os serviços de Atenção Ambulatorial foram os mais procurados entre microempresas e pequenas empresas, enquanto as Atividades de Malote e Entrega se destacaram entre os MEIs, com 8% de participação. Números da Pesquisa: Novembro de 2023: Total de novas empresas: 296.874 Pequenos negócios: 284.298 Novembro de 2024: Total de novas empresas: 334.515 Pequenos negócios: 321.095 Acumulado em 2024: Total de novas empresas: 4 milhões Pequenos negócios: 3,9 milhões Participação dos pequenos negócios por porte: MEI: 75,7% Microempresa (ME): 19,7% Empresa de Pequeno Porte (EPP): 4,5% Participação por setores: Serviços: 62,3% (200.123 empresas) Comércio: 22,6% (72.621 empresas) Indústria: 7,4% (23.631 empresas)

Regulação do BaaS no Brasil: Entenda as Prioridades do Banco Central

O Banco Central (BC) anunciou recentemente que a regulação do “banking as a service” (BaaS) é uma das suas prioridades. Esse segmento tem crescido rapidamente no Brasil e envolve a oferta de serviços financeiros, como emissão de cartões, contas digitais, transferências e PIX, por empresas de diversos setores, sempre associadas a instituições financeiras autorizadas pelo BC, incluindo desde indústrias até varejistas. Felipe Negri, CEO do Pinbank, ressalta que há uma ansiedade exagerada em relação à finalização dessa regulamentação, que ainda está em uma fase de aprendizado essencial. “O BC já reconheceu a necessidade de observar outras empresas, como os novos bancos no cenário digital. E é natural que novas perspectivas e exigências surjam com o tempo. Contudo, é importante que tenhamos paciência para que tudo seja feito da melhor forma possível”, afirma. Ele também comenta que a revisão do gerenciamento de riscos em soluções financeiras é parte natural do processo de implementação. “É essencial mergulhar nas operações, procedimentos e estratégias de governança das instituições de pagamento, não apenas para garantir a segurança, mas também para permitir o avanço delas, sem receio de abandonar práticas ultrapassadas”, acrescenta o executivo. Atualmente, o BC está conduzindo uma consulta pública visando aprimorar a regulação do BaaS. Esse processo de evolução regulatória é semelhante a outros realizados anteriormente, como no caso do PIX, que passou por ajustes para corrigir falhas, como o uso indevido do serviço por empresas terceirizadas. Operação Concierge O processo regulatório do BaaS também ganhou destaque nos últimos meses com a Operação Concierge, realizada pela Polícia Federal (PF) em agosto. A operação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa ligada a duas fintechs associadas a instituições financeiras autorizadas pelo BC, que movimentaram bilhões de reais por meio de serviços financeiros clandestinos. Esse caso levantou questões importantes sobre a regulação do BaaS, especialmente no que diz respeito aos subcredenciadores. Atualmente, as bandeiras desempenham um papel de fiscalização, impondo regras rigorosas para garantir que credenciadoras, estabelecimentos comerciais e outros agentes cumpram as normas de diligência, com o intuito de evitar que indivíduos mal-intencionados, como os identificados na operação, atuem no mercado. No entanto, Negri destaca que a adoção de normas rigorosas não garante, por si só, a prevenção de crimes, e é necessário que empresas e autoridades adotem uma abordagem mais assertiva. “As organizações sérias não têm problema em prestar contas. Portanto, mais do que apenas fiscalizar, inovações como o BaaS precisam ser monitoradas e adaptadas. Podemos prevenir crimes como a lavagem de dinheiro e garantir uma boa governança, sem temer paralisar o mercado”, conclui.  

Impactos da Redução da Jornada de Trabalho na Área Contábil pela Escala 6X1

Especialista Analisa os Possíveis Impactos da PEC 6×1 na Contabilidade e os Desafios para os Profissionais da Área São Paulo, dezembro de 2024 — A proposta da “PEC 6×1”, que visa reduzir a jornada de trabalho no Brasil de 44 para 36 horas semanais e eliminar a escala de seis dias trabalhados, tem gerado intensos debates. Dentre os diversos temas que a proposta abrange, um dos que mais exigem atenção é o impacto na área contábil. Como essas mudanças podem afetar o dia a dia das empresas e o trabalho dos contadores? Como os profissionais da área podem se preparar para essa transformação? Essas questões foram levantadas por Max Gabriel, sócio-proprietário da Sima Contábil e membro da Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa). “A busca por mais qualidade de vida no trabalho é legítima e precisa ser debatida, assim como os possíveis efeitos econômicos dessa mudança no Brasil. Para a contabilidade, há pontos específicos que devem ser analisados cuidadosamente”, comenta. Um dos principais pontos a ser considerado é a necessidade de reavaliação de contratos e adequação às novas leis trabalhistas, o que exigirá estudo e adaptação por parte dos profissionais contábeis. Max destaca que, para os contadores, a mudança não se resume à aplicação das novas normas, mas à necessidade de acompanhamento das transformações e de uma postura proativa dentro das empresas. Mesmo com a PEC ainda em fase de discussão, é importante que os profissionais já monitorem as mudanças e as possíveis implicações no futuro. “Assuntos como horas extras, descanso semanal, férias e compensação de feriados ainda precisam ser discutidos em detalhes. A contabilidade terá um papel central na implementação dessas mudanças e, por isso, enfrentará uma transição complexa. As empresas não podem negligenciar esse aspecto”, alerta Max. Outro ponto relevante são as possíveis alterações na rotina dos próprios escritórios de contabilidade. A PEC 6×1 sugere, por exemplo, uma nova escala de trabalho 4×3, o que pode afetar diretamente a forma como as empresas de contabilidade operam. Segundo Max, a alta demanda da área torna a implementação dessa mudança difícil para muitas empresas, a não ser que se contratem novos profissionais para cobrir as horas extras. No entanto, isso acarretaria aumento de custos, o que resultaria em uma elevação nos preços dos serviços prestados. “A contabilidade já enfrenta desafios na contratação de profissionais qualificados, e a necessidade de mais pessoas para atender à nova carga de trabalho é um obstáculo significativo. Mesmo que os escritórios consigam suprir essa demanda, o custo dos serviços fiscais provavelmente aumentaria, o que impactaria o mercado de maneira geral”, explica o especialista. Atualmente, a PEC 6×1 segue em discussão na Câmara dos Deputados, e o tema continua gerando manifestações em diversas partes do país. As alterações propostas têm o potencial de transformar profundamente o ambiente de trabalho no Brasil, e a área contábil precisa estar atenta para as mudanças que podem surgir.  

O Simples Nacional: Benefícios para micro e pequenas empresas

O Simples Nacional é um regime tributário criado para facilitar a vida das micro e pequenas empresas no Brasil. Sua principal vantagem é a simplificação no pagamento e apuração de tributos, o que reduz a burocracia e a complexidade que essas empresas enfrentam. Ao optar por esse regime, os empreendedores conseguem realizar o pagamento de vários impostos, tanto federais, estaduais como municipais, por meio de uma única guia, o que torna o processo mais eficiente e menos sujeito a erros. Além da simplificação, o Simples Nacional proporciona uma considerável redução na carga tributária. Isso é possível porque as alíquotas são menores e progressivas, variando de acordo com o faturamento da empresa. Assim, as empresas com menor receita pagam menos impostos, o que torna o regime uma opção vantajosa para negócios em fase de crescimento ou que enfrentam dificuldades financeiras. Outro ponto positivo é a unificação dos impostos. No Brasil, a complexidade tributária é um desafio constante para os empreendedores, que muitas vezes enfrentam dificuldades para lidar com os diferentes níveis de impostos, como ICMS, ISS, IPI, entre outros. O Simples Nacional resolve essa questão ao reunir todos esses impostos em uma única guia de pagamento, o que reduz o custo administrativo e permite que o empresário concentre sua atenção no crescimento do negócio. Além disso, o regime oferece mais segurança e previsibilidade, uma vez que as alíquotas são definidas de acordo com a faixa de receita bruta anual da empresa. Isso permite que o empreendedor planeje melhor suas finanças, sem surpresas desagradáveis ao longo do ano. O Simples Nacional também incentiva a formalização de pequenos negócios, oferecendo um caminho mais acessível para quem quer regularizar sua situação fiscal e passar a usufruir de benefícios como a emissão de notas fiscais e o acesso a linhas de crédito mais favoráveis. Por fim, o Simples Nacional contribui para a competitividade das micro e pequenas empresas no mercado. Ao reduzir a carga tributária e os custos operacionais, as empresas conseguem oferecer preços mais competitivos e investir em melhorias para o seu negócio. Isso fortalece o ecossistema empresarial e favorece a geração de empregos, impulsionando a economia local e nacional. Em resumo, o Simples Nacional é uma excelente opção para micro e pequenas empresas, pois simplifica a gestão tributária, reduz a carga de impostos e favorece o crescimento sustentável desses negócios. Ao escolher esse regime, o empresário não só economiza tempo e recursos, mas também investe no fortalecimento do seu empreendimento no competitivo mercado brasileiro.

Alteração na jornada de trabalho pode impactar na contribuição à previdência social

Mudança na Jornada de Trabalho Pode Afetar a Previdência Social, Explica Especialista A proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir a jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais está prestes a ser protocolada na Câmara dos Deputados. A proposta busca eliminar a possibilidade de escalas de seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso (modelo 6×1), substituindo por um formato em que o trabalhador teria três dias de folga, incluindo o fim de semana. Embora o caminho para aprovação da proposta ainda seja longo, o tema tem gerado intensos debates. Uma questão pouco discutida, porém importante, é como essa alteração pode impactar a Previdência Social. O advogado especialista em Previdência Social, Jefferson Maleski, do escritório Celso Cândido de Souza (CCS) Advogados, destaca que o impacto depende de uma possível alteração salarial. “Se a jornada for reduzida sem diminuição no salário, não haverá alteração na contribuição à Previdência Social. A Previdência se baseia no valor recebido pelo trabalhador, e não na quantidade de horas trabalhadas. Nesse caso, a mudança afetaria principalmente a arrecadação das empresas, que teriam de contratar mais funcionários para cobrir os dias não trabalhados, aumentando as contribuições previdenciárias. Esse custo adicional seria, provavelmente, repassado aos consumidores”, explica. Contudo, caso a redução de jornada implique redução salarial, o especialista alerta para as possíveis consequências. “Se o salário for reduzido proporcionalmente à jornada, isso pode afetar a contribuição à Previdência. A contribuição mínima exigida é referente a um salário mínimo. Se o valor do salário diminuir abaixo desse patamar, o trabalhador precisará complementar a contribuição por meio de uma guia suplementar para garantir que o mês seja contabilizado para a Previdência”, afirma Maleski. Impactos nos Benefícios Previdenciários Maleski também menciona os possíveis efeitos sobre os benefícios previdenciários. “Se a jornada de trabalho for reduzida, é possível que o trabalhador sofra menos acidentes, sinta menos estresse e experimente um desgaste menor. Isso pode resultar em menos pedidos de benefícios previdenciários, já que ele estará exposto a menos riscos. Além disso, uma menor carga de trabalho pode reduzir o número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, o que, consequentemente, reduziria a carga tributária das empresas e a quantidade de benefícios pagos pela Previdência Social.” No entanto, o advogado adverte sobre outro aspecto importante: “Essa mudança só seria benéfica se o trabalhador continuar recebendo um salário digno, compatível com as suas necessidades. Caso contrário, há o risco de a redução da jornada levar o trabalhador a buscar uma segunda ocupação para complementar a renda, o que sobrecarregaria ainda mais sua rotina. Em vez de reduzir os acidentes e doenças, isso poderia até aumentar esses problemas, visto que ele ficaria exausto com dois empregos. Um exemplo disso é observado em profissionais da saúde, que muitas vezes trabalham em dois empregos para garantir uma renda maior”, conclui Maleski.

Governo amplia período para negociação de débitos na dívida ativa para pequenas empresas.

Na última sexta-feira (29), a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) anunciou, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), a prorrogação do prazo para adesão ao edital PGDAU nº 7/2024. A medida permite que Microempreendedores Individuais (MEIs), microempresas (MEs) e empresas de pequeno porte (EPPs) possam renegociar débitos do Simples Nacional que estejam inscritos na dívida ativa, com condições facilitadas e mais favoráveis para a regularização fiscal. O novo prazo para adesão vai até o dia 31 de janeiro de 2025, às 19h (horário de Brasília), oferecendo mais tempo para que as MPEs regularizem suas pendências tributárias. Para aderir ao programa de renegociação, as empresas interessadas devem acessar o site Regularize, onde poderão formalizar a adesão. A prorrogação do prazo, que antes terminaria em 29 de novembro de 2024, foi estabelecida com o objetivo de dar mais oportunidade aos pequenos empresários, que enfrentam dificuldades financeiras, especialmente em tempos de instabilidade econômica. Este programa de regularização é uma chance significativa para as micro e pequenas empresas resolverem suas pendências fiscais de forma menos onerosa e sem comprometer ainda mais o fluxo de caixa. As condições de pagamento incluem descontos substanciais em juros, multas e encargos, além de prazos mais longos para o pagamento da dívida. A prorrogação do prazo visa facilitar o acesso a essas condições e apoiar as MPEs, que representam a maior parte das empresas no Brasil e são fundamentais para a economia nacional. A medida também é uma estratégia do governo para aumentar a arrecadação e regularizar os débitos fiscais que estão na dívida ativa, sem prejudicar a saúde financeira das empresas.

A necessidade da campanha educativa na implementação do DREX

O Banco Central está avançando com a implementação do Drex, a moeda digital brasileira, mas ainda enfrenta desafios importantes. Embora já tenha iniciado a segunda fase de testes, a moeda digital precisa resolver questões fundamentais, como a implementação de uma solução definitiva de privacidade que atenda à legislação brasileira. Apesar das quatro ferramentas de privacidade disponíveis, nenhuma delas foi capaz de atender completamente aos requisitos necessários. Esse é um ponto crítico que precisa ser solucionado para o sucesso da moeda. Além disso, a segunda fase de testes traz novidades significativas: permitirá a inclusão de ativos não regulados pelo Banco Central na plataforma, iniciará a avaliação de contratos inteligentes e ampliará a participação de mais atores no projeto piloto. Com isso, o Banco Central já prevê um adiamento da implementação do Drex para 2025. Na primeira fase do piloto, foram selecionados 13 casos de uso a partir de 42 propostas apresentadas por 16 consórcios participantes. Entre os casos escolhidos, estão transações envolvendo diferentes tipos de ativos, como imóveis, carros e cédulas de crédito bancário (CCBs). No exemplo da compra e venda de carros, o Drex pode resolver um problema clássico: a transferência da posse do bem sem que o pagamento seja feito ou, para o comprador, o depósito do valor sem que o carro esteja registrado em seu nome. Com o Drex, essa transação será simultânea, segura, transparente e fluida, eliminando fricções e aumentando a confiança entre as partes. Embora a moeda digital brasileira abra um novo universo de oportunidades para o setor financeiro, sua adoção não será tão simples quanto a do PIX, o sistema de pagamentos instantâneos que teve uma adesão rápida e massiva entre os brasileiros. De acordo com a pesquisa “Da cédula ao Drex: a evolução do real em 30 anos”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD) para o Mercado Pago, 46% dos entrevistados ainda estão indecisos sobre a migração para a moeda digital, o que reflete um certo receio em relação à sua aplicação. Esse receio está ligado à falta de familiaridade com a tecnologia blockchain e sua usabilidade. A pesquisa também revela que 50,5% dos brasileiros acreditam que o papel-moeda desaparecerá nos próximos 10 anos. Além disso, a desconfiança em relação à tecnologia blockchain, alimentada por golpes envolvendo criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, é uma preocupação legítima para parte da população. No entanto, vale destacar que, ao contrário dessas criptomoedas, o Drex será lastreado no real, o que lhe confere maior estabilidade e alcance. Para incentivar a adoção do Drex pelos brasileiros, é essencial investir em campanhas educativas, um aspecto frequentemente subestimado, mas fundamental para o sucesso da transição para a moeda digital. A educação financeira, além de ser crucial durante a fase de testes, deve ser uma prioridade constante para garantir que a população compreenda as vantagens e o funcionamento do Drex. O Brasil tem se mostrado um terreno fértil para a inovação tecnológica, especialmente no setor financeiro, e a transformação digital já é uma prioridade para muitas empresas. No entanto, para garantir que essa receptividade se mantenha, é fundamental continuar promovendo a educação financeira em todas as suas vertentes.

Rendimentos de até R$ 5 Mil ficarão isentos de imposto de renda, anuncia o Governo.

Governo Anuncia Proposta de Aumento da Faixa de Isenção do Imposto de Renda para Rendimentos de Até R$ 5 Mil O Governo Federal divulgou uma proposta de reforma do Imposto de Renda (IRPF) que promete beneficiar a classe média ao ampliar significativamente o limite de isenção. Se aprovada, a medida permitirá que contribuintes com rendimentos mensais de até R$ 5 mil fiquem isentos do pagamento do imposto. Atualmente, esse limite de isenção é de R$ 2.640. Detalhes da Proposta: 1. Implementação Prevista para 2026 A proposta será discutida no Congresso Nacional, com a previsão de debate e análise das propostas no primeiro semestre de 2025. Caso seja aprovada, as novas regras começarão a valer a partir de 1º de janeiro de 2026. 2. Alterações para Rendas Superiores a R$ 50 Mil Uma das principais mudanças da proposta é a criação de uma alíquota mínima de 10% para rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais. Esse imposto será aplicado sobre todos os tipos de rendimento, incluindo salários, aluguéis, dividendos e outros. 3. Crédito Tributário para Rendimentos Entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil Para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil mensais, será concedido um crédito tributário, o que proporcionará um desconto no imposto devido. Esse crédito será calculado com base em um fator de ajuste, aliviando a carga tributária sobre essa faixa de rendimentos. 4. Isenção Relacionada à Saúde Pessoas com despesas médicas significativas poderão se beneficiar de uma isenção do Imposto de Renda, que será limitada a rendimentos de até R$ 20 mil mensais. Além disso, as despesas médicas seguirão sendo dedutíveis integralmente, sem alterações nas regras existentes, o que beneficia especialmente aqueles com altos custos médicos. Objetivos da Reforma A principal intenção do governo com essa reforma é aliviar a carga tributária sobre a classe média, principalmente aqueles com rendimentos mais baixos, enquanto mantém uma tributação mais pesada para os mais ricos, especialmente para quem tem rendimentos mensais acima de R$ 50 mil. A medida visa, também, garantir que os gastos com saúde, um tema cada vez mais importante, sejam devidamente reconhecidos e desonerados do Imposto de Renda. Se aprovada, a mudança no Imposto de Renda promete trazer um alívio significativo para as famílias de menor e médio poder aquisitivo, ao mesmo tempo em que promove uma tributação mais justa para os altos rendimentos. Próximos Passos Agora, a proposta seguirá para discussão no Congresso, onde poderá sofrer ajustes antes de sua possível implementação. O governo espera que as alterações sejam bem recebidas, considerando o impacto positivo sobre os contribuintes com rendimentos menores e médios, além de manter a justiça tributária com relação aos rendimentos mais elevados.

Digitalização da área fiscal: a chave para o crescimento empresarial

Em muitas empresas, o setor fiscal acaba sendo visto apenas como uma função operacional, essencial para o cumprimento das obrigações tributárias. Contudo, essa visão está ficando cada vez mais ultrapassada. A realidade atual é que esse departamento não só lida com uma enorme quantidade de dados fiscais, mas também desempenha um papel estratégico importante, que pode influenciar diretamente nas decisões empresariais e no desempenho financeiro da organização. Se analisarmos mais a fundo, perceberemos que o setor fiscal gera um volume considerável de informações a cada atividade realizada. Quando essas informações são bem gerenciadas e analisadas, podem oferecer insights valiosos para a tomada de decisão. Esse potencial se torna ainda mais evidente em tempos de reforma tributária e reavaliação das práticas fiscais nas empresas. Uma gestão tributária eficiente, por exemplo, pode impactar diretamente no custo de aquisição de matérias-primas, bens e serviços. Isso possibilita negociações mais vantajosas e contribui para a construção de estratégias de precificação mais competitivas. Com a utilização adequada dos dados fiscais, é possível não apenas reduzir custos, mas também aumentar as margens de lucro, posicionando a empresa de maneira mais assertiva no mercado. Organizações que estão à frente desse processo são, em grande parte, startups e grandes empresas que já reconheceram o valor estratégico do departamento fiscal. Um estudo da Vertex revela que essas instituições conseguem otimizar sua eficiência operacional em até 30%, ao mesmo tempo em que melhoram o controle sobre seus dados e reduzem riscos. A  está se aproximando e, com ela, a necessidade de muitas empresas, independentemente de seu porte ou setor, reconsiderarem como estão gerenciando sua área tributária. Este é o momento ideal para repensar o papel do setor fiscal e investir em automação, adotando uma abordagem mais proativa que vá além do simples cumprimento de normas. A pressão por eficiência, a busca pela redução de custos e o uso de novas tecnologias estão transformando a gestão fiscal. Hoje, é possível integrar soluções de automação e big data para transformar uma gestão tradicionalmente reativa em uma abordagem que antecipa tendências, identifica oportunidades e otimiza processos, ao mesmo tempo em que reduz riscos. De acordo com um estudo da Deloitte, 85% das empresas globais acreditam que o setor fiscal pode agregar valor significativo à redução de custos e à otimização tributária. Porém, apesar dessa percepção crescente, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para colocar em prática essa transformação. De acordo com um relatório da PwC, apenas 45% das grandes empresas estão utilizando ferramentas de automação na gestão tributária, o que indica um gap significativo na adoção de tecnologias nesse campo. As oportunidades de diferenciação estão à disposição das empresas, mas é necessário mudar a mentalidade. O momento de transformar o departamento fiscal em um pilar estratégico é agora. Para as empresas que já adotaram essa visão, o futuro é promissor. Para aquelas que continuam tratando a área fiscal como uma simples obrigação, as chances de crescimento podem ser desperdiçadas.